domingo, 3 de agosto de 2014

Fotografias

Seis meses depois, estou de volta. Escrevi o post de apresentação e não voltei mais...



Acho que dei uma desanimada, pois muita coisa vem acontecendo ao mesmo tempo (cuidados com meu avô/último ano na faculdade/familiares incompreensíveis/consultas e exames...)




Mas é como uma amiga disse: escrever aqui vai ser bom pra me ajudar a passar por tudo isso e também vai servir como ajuda e quem sabe até um apoio pra quem cuida de algum portador de Alzheimer.




Meu avô tem estado bem, na medida do possível. Há dias em que está tudo normal, que mal precisa de ajuda para tarefas básicas. Mas também tem os dias em que não podemos deixá-lo sozinho por nenhum instante. Nem pra ir a alguma outra parte da casa.




Hoje venho escrever um pouco a respeito de algumas técnicas que nós cuidadores temos que criar para poder lidar com algumas situações, como por exemplo, quando o portador da doença se esquece ou não lembra de sua casa. Para auxiliar nessas técnicas básicas, procurei algumas coisas na internet e em páginas no Facebook, como a "Alzheimer - minha mãe tem" dois amigos que sabem do meu avô me indicaram.




É incrível como ver que alguém passa por algo assim como você, ajuda e muito. Ver que você não está sozinho, tenho visto muita coisa que tem me auxiliado bastante.




Como por exemplo, vi um link na página que dizia que ajuda muito na localização espacial ter FOTOGRAFIAS PELA CASA.




Com esta ideia, associada a um vídeo da Maddu Magalhães, tive a iniciativa de fazer um varal de fotos. É fácil, barato e deu pro meu avô me ajudar a fazer. É muito importante que eles se sintam úteis. Por isso, sempre que puder deixem eles fazer alguma tarefa. Pode ser coisa simples pra gente, mas pra eles já vale muito.




Tudo o que precisamos foi somente de barbante, prendedores e as fotografias. Há algum tempo comprei umas tintas pra um trabalho daí peguei-as também pra poder pintar os prendedores :)




Como meu avô as vezes apresenta alguma dificuldade em manusear objetos pequenos, como o prendedor e o pincel (ao mesmo tempo) eu usei uma colher pra ajudar (prendi o prendedor na colher para ele poder usar a colher como apoio). Fiz um pequeno vídeo pra mostrar ele pintando:


 (o vídeo acabou saindo assim =|)



No começo tava tudo certo, porém no segundo prendedor ele já começou a misturar as tintas. O que não foi problema algum, deu um ar mais contemporâneo pra coisa toda :))




E em momento algum eu o corrigi ou disse que estava errado. Ele sempre perguntava:




"É assim que é pra fazer? Tá certo?" Eu sempre concordava e o incentivava. Ele fez tudo da maneira dele.




 Algum tempo depois, uma tia veio aqui e ele contou a ela que tinha me ajudado e que tinha ficado muito bonito.




Ou seja, ele realmente gostou de fazer aquilo.




Deve-se ter muita cautela e pegar as coisas no ar. Se ele tivesse dito NÃO, era NÃO e pronto. Porém, como ele se animou em contar à alguém o que nós fizemos dá pra ver que ele gostou de pintar e de ver o resultado final.




Sempre que vamos deitar a gente conversa sobre alguma foto, ou alguém em especial. Ao acordar caso ocorra dele não se lembrar onde está, ou até mesmo vir com histórias e alucinações, eu tento lembrar ele das fotos ou do que conversamos. Ajuda bastante.











Não quero ficar muito tempo sem postar aqui. Conforme eu for descobrindo exercicios e atividades, vou postando. :))





Abrç e até a próxima!

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